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#cachaça - Uma dose de Respeito

Foto do escritor: Léo BocCiLéo BocCi

Atualizado: 13 de jan. de 2019




A cachaça está intimamente ligada à imagem do Brasil.

Muita gente a associa com a famosa “malandragem” brasileira, enquanto outros apreciam por sua riquíssima e legítima história.


Provavelmente, o freguês que pede ao garçom: “uma dose de cachaça”, não imagina que nem toda bebida proveniente da cana-de-açúcar, pode ser de fato chamada assim!

Há uma lei brasileira, com diversas especificações que determina o que pode ser chamado de “cachaça”.


Por exemplo, sabe aquela “cachaça” de café ou de uva? Então, segundo a norma, elas não poderiam ser chamadas assim! O correto seria "aguardente composta”!

Isso porque, a norma permite apenas que a bebida leve este nome se, e somente se, conter o mosto de caldo de cana fermentado – podendo ou não, ser armazenada em barris específicos para acrescentar sabores e aromas.


Como confere a lei no trecho a seguir:


"Cachaça é a denominação típica e exclusiva da Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol. a 48% vol. a 20ºC, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose."


Curiosidades sobre a cachaça


Assim como a cerveja teve sua lei de pureza, a REINHEITSGEBOT, que alguns fabricantes adoram exibir em seus rótulos.

A marginalizada “pinga” também tem sua legislação que a protege, fazendo com que somente o destilado produzido no território nacional possa carregar a marca “CACHAÇA” em sua garrafa.


Aos poucos se nota uma tímida mudança na visão dos consumidores.

Ainda há aqueles que apenas querem potencializar e apressar o processo de embriaguez ao virar de uma só vez a dose de uma pinga qualquer.

Mas com a grande diversidade da bebida dentro de marcas mais populares, o público pode perceber que há muito mais a ser explorado, do que simplesmente virar um copo o mais rápido possível, a fim de não sentir gosto algum.

Enquanto nota-se um breve avanço rumo à valorização dessa bebida típica, outro costume que deveríamos começar a mudar se trata da maneira como ela é servida e consumida.


O famoso copo de doses tem nome: "Martelinho". E é um erro quando o assunto é DEGUSTAR boas cachaças.

O jeito certo de beber cachaça


Sei que pode ser muito desconfortável, até dolorido imaginar a cachaça não sendo servida naquele famoso copinho de pinga. O famoso “shot”.


O tal copo tem um nome – “Martelinho”, e sinceramente não sei ao certo qual sua finalidade, senão a de ter como único propósito, ajudar a enfiar goela abaixo produtos intragáveis de maneira rápida, a fim de reduzir o sofrimento.


A dose de uma boa cachaça pode conter um leque (ou “buquê”, como chamam os mais técnicos) de aromas e sabores, e a falta de espaço nos copinhos tipo “martelinho”, impossibilita a apreciação da qualidade e características da bebida.

O copo ideal seria um que se assemelha a uma taça de menor tamanho. Porém é muito difícil de encontrar nos estabelecimentos convencionais.


Agora, para garantir o jeito certo de beber cachaça, você pode solicitar ao seu garçom, a gentileza de servir a dose em um copo maior.

Se não tiver uma taça com aquele formato característico que auxilia na concentração dos aromas - um copo, até mesmo daqueles que parecem com de "doses”, só que mais comprido - já bastaria para aumentar as chances de se ter uma melhor experiência sensorial.


Se tiver coragem, peça a dose de uma boa cachaça servida em uma taça. Você possivelmente terá que enfrentar os olhares de estranheza e condenação por partes dos seus colegas de bar e, por que não, até do próprio funcionário que lhe atende. Mas vá em frente!



Dica para degustar sua cachaça


Quando ela chegar, aprecie sua coloração, aromas e seu sabor.

Lembre-se que uma cachaça de qualidade, considera que cerca de 20% do que a destilação rendeu tenha sido descartada. A fim de garantir que chegue até “Vossa Senhoria”, somente o “coração” da bebida, ou seja, o que realmente importa!

E por fim, Saúde!


Por Léo Bocci & Kim Walachai

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